Contagem de carboidratos é uma técnica de planejamento alimentar desenvolvida para pessoas que convivem com diabetes. É uma ferramenta que permite uma variedade maior de alimentos na dieta, respeitando preferências individuais, tornando a alimentação mais prazerosa, saudável e mantendo os níveis glicêmicos equilibrados.¹

Para introduzir a contagem de carboidratos na rotina, é preciso apoio e orientação de uma equipe multidisciplinar, incluindo nutricionistas e um médico endocrinologista. Eles são capazes de avaliar as necessidades nutricionais individuais, além de equilibrar a quantidade segura de carboidratos a ser ingerida, considerando inclusive o uso de insulina.²

Mas por que contar os carboidratos nas refeições? Os carboidratos são nutrientes capazes de afetar as taxas de açúcar no  sangue após o consumo. Podem ser detectados no sangue 15 minutos depois, e totalmente convertidos em glicose em 2 horas. Entendendo a quantidade de carboidratos ingerida, é possível calcular a quantidade de insulina que precisará ser administrada.²

Alguns alimentos não exigem a contagem de carboidratos quando consumidos em porções moderadas, como: vegetais crus (até uma xícara) ou cozidos (até meia xícara), queijo, carnes (de boi, aves, pescados), ovos, azeite, maionese, creme de leite, água, café,  chá e adoçantes. Outros são ricos em carboidratos e precisam de atenção, como: pães, biscoitos, massas, batata, grãos, frutas e sucos, leite, iogurtes e alimentos que contêm açúcar.

A contagem na prática

A primeira etapa é verificar a glicemia antes da refeição, para calcular a compensação com insulina que deverá ser feita. Outro fator importante é entender os rótulos com informações nutricionais dos produtos e ter à mão a Tabela de Alimentos, publicada no Brasil pela Sociedade Brasileira de Diabetes⁴, que contém os valores de carboidratos nas porções de alimentos.


Tomemos então um almoço como exemplo: duas colheres de arroz, um filé de frango à milanesa, meia xícara de brócolis no vapor, uma maçã de sobremesa e um copo de água.

Identificamos os alimentos que devem ser considerados: arroz, filé de frango à milanesa e maçã. Então, verificamos os valores unitários na Tabela e começamos a contar, como a seguir:

  • 2 colheres (de sopa) de arroz > 2 x 5 = 10 g de carboidratos

+

  • 1 filé de frango à milanesa (100 g) > 1 x 14 = 14 g de carboidratos

+

  • 1 maçã com casca (90 g) > 1 x 14 g de carboidratos

=

  • Chegamos ao total de 38 g de carboidratos no almoço

A partir desse valor, é possível ajustar a quantidade de insulina que deve ser aplicada para compensar a ingestão dos carboidratos na refeição. O médico é o profissional que irá orientar a quantidade ideal de carboidratos que podem ser ingeridos em cada refeição (ou por dia) para cada caso, sempre avaliando particularidades, e indicar a quantidade de insulina para cobrir a quantidade de carboidrato consumida em cada refeição.

A contagem de carboidratos, a orientação e a educação sobre o uso das Tabelas Alimentares são ferramentas aliadas à qualidade de vida, proporcionando liberdade alimentar e reduzindo possíveis impactos na rotina das pessoas que convivem com diabetes.³

Tabela de alimentos³,⁴

Café da manhã

Alimento Porção g ou mL CHO (g) Calorias (kcal)
Pão de leite unidade 54 30 149
Pão de queijo unidade pequena 20 9 87
Pão doce unidade 50 28 134
Café com leite sem açúcar xícara de chá cheia 200 7 88
Café infusão 10% xícara de café 50 1 4
Leite de vaca integral pasteurizado copo duplo cheio 240 12 141
Alimento Porção g ou mL CHO (g) Calorias (kcal)
Pão de leite unidade 54 30 149
Pão de queijo unidade pequena 20 9 87
Pão doce unidade 50 28 134
Café com leite sem açúcar xícara de chá cheia 200 7 88
Café infusão 10% xícara de café 50 1 4
Leite de vaca integral pasteurizado copo duplo cheio 240 12 141

Lanche

Alimento Porção g ou mL CHO (g) Calorias (kcal)
Pão de leite unidade 54 30 149
Pão de queijo unidade pequena 20 9 87
Pão doce unidade 50 28 134
Café com leite sem açúcar xícara de chá cheia 200 7 88
Café infusão 10% xícara de café 50 1 4
Leite de vaca integral pasteurizado copo duplo cheio 240 12 141

Referências bibliográficas: 1. Jezinia, D. Satob, M. Azevedo, M. Francoc, A Takatani, V. Horta, P. Borges, R. Fernandes, F. "Vivências de acadêmicos de medicina na promoção da I Oficina de Contagem de Carboidratos para crianças e adolescentes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1". Vittalle - Revista de Ciências da Saúde v. 32, n. 2 (2020) 156-161. 2. Hissa, A. Albuquerque, L. Nasser, M. "Avaliação do grau de satisfação da contagem de carboidratos em diabetes mellitus tipo 1". Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia (online]. Epub 26 Ago 2004, v. 48, n. 3 [Acessado 7 Outubro 2021], pp. 394-397. ISSN 1677-9487. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0004-27302004000300011. 3. Lamounier, RN., "Manual de contagem de carboidratos". CDBH, 2020. [Acessado em 7 de Dezembro de 2021], Disponível em: https://cdbh.com.br/wp-content/uploads/2020/03/Manual-de-contagem-de-carboidrato-2020.pdf. 4. "Manual de contagem de carboidratos para pessoas com diabetes" - Sociedade Brasileira de Diabetes - 2016. [Acessado em 7 de Outubro de 2021]. Disponível em: https://diabetes.org.br/wp-content/uploads/2021/05/manual-de-contagem-de-carbo.pdf.

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Contando carboidratos

Conteúdo incluído em: 26/01/2022 00h00